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SAÚDE

A ômicron pode transformar-se em uma gripe

Publicado em 26/01/2022 às 12:57 | Atualizado em 05/02/2024 às 11:32


                                        
                                            A ômicron pode transformar-se em uma gripe
Portrait of sick African American woman sneezes in white tissue, suffers from rhinitis and running nose, has allergy on something, looks unhealthy, feels unwell. Symptoms of cold or allergy.. (Imagem: Freepik)
A ômicron pode transformar-se em uma gripe sazonal, é o que preveem especialistas da OMS.

A variante ômicron causou uma explosão de casos de covid em todo mundo. 

Aqui no Brasil, desde janeiro, 90% dos casos confirmados por RT-PCR e onde é feito o sequenciamento genético, a ômicron é encontrada. Hoje chegamos à taxa de 1,78, o que significa que 100 pessoas contaminam 178, o que mostra que a pandemia ainda está acelerada. A taxa de 1,78 significa que 100 pessoas com Covid-19 podem transmitir o vírus para outras 178. A margem de erro das estatísticas, entretanto, mostra que essa taxa pode ser maior (de até 1,94) ou menor (de 1,61). Em meados  de janeiro, uma análise feita pelo Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) mostrou dados bem piores que no restante do país, com uma média móvel da taxa de transmissibilidade do novo coronavírus  em 4,24 em João Pessoa e de  4,6 em Campina Grande. O ritmo de contágio (Rt) mostra o potencial de propagação de um vírus. Se ele é superior a 1, indica que uma pessoa infectada pode transmitir para mais de uma pessoa. Assim, a doença avança rapidamente. O Brasil bateu o 8° recorde consecutivo na média móvel de casos de Covid-19, nesta terça, registrando 199.126 casos.  Observamos um aumento da média de mortes, mas não dose forma tão íngreme quanto de novos contaminados. Mas observando os dados da Universidade de Oxford que monitora a pandemia em todo o mundo  já é possível vislumbrar uma redução dos casos nas próximas semanas. Reino Unido, por exemplo, que teve seu pico de novos casos há 3 semanas, hoje vê esse número cair pela metade. Nos Estado Unidos, os números já estão em queda.

				
					A ômicron pode transformar-se em uma gripe
Fonte: Johns Hopkins University
Por enquanto, ainda não sabemos por quanto tempo ainda estaremos na ascendente e em quanto tempo os números começarão a cairo.

Europa pode ter uma folga

A OMS (Organização Mundial da Saúde) avalia que a Europa já pode estar entrando numa outra fase, que poderá levar ao fim da pandemia na região. Acredita-se que mais da metade dos europeus devam ter tido Covid-19 nas próximas semanas e que haja uma calmaria, pelo menos por um tempo. As vacinas, a própria sazonalidade - ligada ao tempo, que parece que a Covid-19 tende a assumir podem fazer com que por alguns meses a Europa fique livre da covid-19.

Pandemia versus sanzonalidade

Diferente da pandemia, com acontece uma infecção mundial de uma doença, endemia é uma doença que acontece sempre, mas sem surtos como aconteceu com a Covid-19. É cedo para afirmar, mas parece que assim como a gripe, a covid-19 caminhe para se tornar endêmica. Tanto que alguns países como a Espanha, já trabalham em legislação para tratar Covid-19 como uma gripe comum.
De acordo com MarLipsitch, chefe do departamento de Epidemiologia da Universidade Americana de Havard,  disse às revistas ao longo deste ano, algo entre 40% a 70% da população mundial serão infectados pelo SARS-CoV-2. Mas ele e os demais especialistas enfatizam com toda a veemência que isso não significa que todos terão uma doença grave e muitos, inclusive, são assintomáticos.
O que se supõe, e isso quem tá sendo infectado pela variante ômicron já pode constatar, a covid-19 se assemelha e muito a uma gripe mais forte e os casos mais graves serão mais comuns entre idosos, pessoas com comorbidades e não vacinados. A OMS estima uma taxa de mortalidade em 2%, semelhante à da dengue e menor que a da gripe comum. E esse percentual pode ser ainda menor, na faixa de 0,7%.

Problemas no Brasil

Aqui no Brasil, o caos gerado pela essa imensa maioria de casos não complicados pode ser evidenciada até mesmo pela testagem. Falta de insumos, filas gigantescas e até aumento abusivo dos preços dos testes nos fazem pensar que estrutura teríamos para enfrentar se todos esses casos necessitassem de internação ou mesmo de cuidados mais avançados. Ano passado, tivemos uma explosão de casos,  acompanhada de superlotação de hospitais, recordes de mortes. Mas o cenário não é tão bom assim, mesmo pensando que a ômicron pode transformar-se em uma gripe. Na verdade diria, não é nada bom. É só chegar na porta de um hospital público ou mesmo privado para se prever caos se todas as pessoas com sintomas buscarem atendimento médico.

Vacinas

Tem muita gente que ainda questiona efetividade das vacinas. Mas sendo cético, utilizando o rigor científico, três possibilidades poderiam explicar o caráter mais branco da ômicron:
  1. A doença vem perdendo força por si só, e já não faz todo aquele estrago como outrora fez;
  2. O número de infectados por outras cepas anteriormente gerou uma imunidade que já pode ter protegido a população de formas mais graves da doença;
  3. As vacinas geram esse imunidade, que mesmo não protegendo como se previa do contágio, tornam o organismo mais hábil para lidar com infecção.
De uma coisa não há dúvida, a Covid-19 já não assusta tanto, é só observar a lotação em casas de shows, restaurante ou tudo mais. Mas já consigo enxergar uma luz no fim do túnel.
Imagem

André Telis

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