SAÚDE
Jejum intermitente reduz ansiedade, diz pesquisa
Estudo diz que jejum intermitente é capaz de reduzir ansiedade e tem efeito antidepressivo, mas também pode danificar células intestinais e cerebrais.
Publicado em 03/10/2021 às 11:03 | Atualizado em 20/03/2023 às 17:19
Pesquisadoras da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) produziram um estudo sobre os efeitos positivos e negativos do jejum intermitente. A prática, que intercala períodos sem comer com os de alimentação, é capaz de reduzir ansiedade e tem efeito antidepressivo, mas também pode danificar células intestinais e cerebrais.
A pesquisadora da UFPB Jailane Aquino destaca que o jejum intermitente ganhou muita popularidade nos últimos anos, particularmente entre profissionais da área de saúde e praticantes de exercícios físicos. Por isso, cada vez mais pessoas são adeptas dessa prática. Mas, do ponto de vista científico, ainda existem controvérsias quanto à sua eficácia e segurança como protocolo de intervenção nutricional.
Segundo a professora, o estudo busca demonstrar os prós e os contras da intervenção com o jejum intermitente, associado ou não ao exercício aeróbico. Além disso, analisa os efeitos do jejum sobre parâmetros do eixo intestino-cérebro e os relacionados à performance no exercício, ao desgaste muscular, hormônios e estresse oxidativo, com foco em análises hepáticas e musculares.
“Queremos chamar atenção da população quanto às vantagens e desvantagens desta intervenção, tendo em vista que muitas pessoas acreditam que a prática de jejum é totalmente segura e benéfica”, explicou a professora.
Assim, os experimentos foram realizados no Laboratório de Nutrição Experimental (Lanex) da UFPB, no campus I, em João Pessoa. Os testes estão sendo realizados desde o ano passado, com 40 ratos albinos saudáveis.
Efeito antidepressivo e redução da ansiedade no jejum intermitente
A pesquisa identificou que o jejum intermitente, associado com o exercício aeróbico, causou uma redução no comportamento de ansiedade.
Já independentemente de ser associado ou não ao exercício aeróbico, a houve efeito antidepressivo.
Segundo Jailane, os resultados positivos tiveram relação com mudanças causadas nas bactérias que colonizam o intestino. Elas teriam provocado o aumento de ácidos orgânicos, que podem influenciar o comportamento humano de forma positiva, por terem ação sistêmica.
Danos e morte neuronal do cérebro
Como pontos negativos, a pesquisa constatou que o jejum associado ao exercício aeróbico causou o aumento de células inflamatórias e atrofia das células caliciformes no intestino.
A pesquisa idenficiou danos e morte neuronal no cérebro.
Pesquisa sobre jejum intermitente e ansiedade
Além de Jailane Aquino, participam da pesquisa os professores da UFPB Mirian Salvadori, Marciane Magnani, Alexandre Sérgio Silva e Adriano Francisco Alves.
Também integram a equipe as doutorandas Naís Soares e Kamila Batista e os mestrandos Victor Dorand e Daniele Souza.
O docente Marcos dos Santos Lima, do Instituto Federal do Sertão de Pernambuco também contribui, ao executar as análises de ácidos orgânicos em materiais biológicos.
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