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CONVERSA POLÍTICA

MP cobra na Justiça plano de ação do estado para evitar nova interdição no Arlinda Marques

O complexo materno-infantil sofreu três interdições no mês de maio por conta de vazamento de gás. Perícia constatou que o material saiu da rede de esgoto.

Publicado em 10/06/2022 às 14:08 | Atualizado em 10/06/2022 às 14:41


                                        
                                            MP cobra na Justiça plano de ação do estado para evitar nova interdição no Arlinda Marques
Caminhão desentupidor esteve no local para tentar desobstruir galeria e amenizar vazamento de gás. Foto: Plínio Almeida.

O Ministério Público do estado da Paraíba está cobrando na Justiça providências do governo do estado para solucionar em definitivo o problema do Complexo Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa. A ação, com pedido de tutela provisória de urgência, foi protocolada pela promotora da 48° Promotora de Justiça de João Pessoa, Jovana Tabosa, nesta sexta-feira (10).

No pedido, ela pede que o estado, por meio das Secretarias de Saúde e de Infraestrutura, apresente, no prazo máximo de 72h, um plano de ação a ser implementado na unidade, contemplando, no mínimo:

  • A manutenção periódica das fossas e galerias no entorno da edificação, para evitar entupimentos;
  • A instalação de tubulação de alívio de pressão para as caixas de esgoto e pluviais;
  • A substituição do equipamento (válvula tipo check) utilizada na saída do esgoto, por não ser a mais apropriada para evitar a passagem do gás.

As atividades no Arlinda Marques foram suspensas no mês passado após suspeitos vazamentos de gás na unidade. Num intervalo de 15 dias, foram três vazamentos, que provocaram a evacuação de alas do hospital.

Servidores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) confirmaram ontem (9) que o gás que interrompeu o atendimento no Arlinda Marques era amônia (NH₃), que é resultado das reações de decomposição de material orgânico no ambiente das fossas de esgoto pluviais.

Após a liberação do hospital, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) disse que trabalhou em parceria com a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) para desobstruir as redes de esgoto e que seriam realizadas manutenção e limpeza periódicas.

Também afirmaram que foram instaladas válvulas retentoras e suspiros na caixa de esgoto sanitário, para evitar o retorno de gases pelo sistema; e providenciada uma régua de medição na caixa d’água para monitorar a elevação do nível, uma vez que este evento pode estar relacionado com bloqueio de fluxo e acúmulo de gases.

Jovana Tabosa acredita que há "iminente probabilidade" de que os episódios voltem a ocorrer, haja vista que no intervalo de 15 dias três vazamentos de gás foram identificados no hospital.

Para a promotora, por se tratar de uma instituição hospitalar, referência no atendimento de crianças, os efeitos nocivos da inalação do gás amônia (intoxicação de pacientes, irritação nos olhos e garganta, sensação de sufocação, leve cefaleia, asfixia e queimadura das vias aéreas superiores e óbito) podem ser ainda mais prejudiciais, bem como ainda mais difícil a desocupação da edificação em situação de pânico, especialmente em razão da inexistência de equipe treinada para essa situação.

Imagem ilustrativa da imagem MP cobra na Justiça plano de ação do estado para evitar nova interdição no Arlinda Marques

Angélica Nunes Laerte Cerqueira

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