COTIDIANO
O que é intolerância religiosa?
Nesta matéria, o Jornal da Paraíba explica o que se configura como intolerância religiosa e como combater e denunciar a prática.
Publicado em 02/08/2025 às 13:06

Esta semana, um caso investigado de suposta intolerância religiosa viralizou nas redes sociais. Um padre da paróquia de Areial, no Agreste da Paraíba, foi denunciado por uma associação religiosa índio-africana após, em uma missa transmitida ao vivo, usar o caso da morte da cantora Preta Gil relacionando com uma religião de matriz africana.
Nesta matéria, o Jornal da Paraíba explica o que é intolerância religiosa, como combater e denunciar o crime.
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De acordo com a advogada Jéssica Souza, presidente de Combate ao racismo e a Descriminação Racial e membro da Comissão Nacional de Liberdade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil, todos os discursos que desrespeitam a religião de alguém se configura como intolerância religiosa.
“Intolerância religiosa é todo discurso travestido de ataque, de desrespeito e ofensa contra qualquer expressão religiosa. E ainda tem um agravante quando essa expressão religiosa é de matriz africana ou ritualística indígena”, explica a advogada.
Ela afirma ainda que a pena para a intolerância religiosa, que pode ser multa ou reclusão de 1 a 5 anos, a depender da conduta específica, pode se tornar maior quando o crime também se configurar como racismo religioso.
Como combater a intolerância religiosa
Segundo a advogada Jéssica Souza, casos de intolerância religiosa podem ser denunciados não somente pelas vítimas, mas também por qualquer pessoa que presenciar o crime.
Ela ainda aconselha que as vítimas de intolerância religiosa colham todas as provas possíveis do crime e busquem, de preferência, uma delegacia especializada em ocorrências relacionadas à questões raciais e religiosas.
“Falas como a desse padre acabam sendo infelizmente recorrentes, porque ainda existe muito preconceito no Brasil, apesar de sermos um país laico. Temos que ter a consciência de que sagrado é sagrado e que para proteger a sua fé não é preciso atacar a do outro”, disse Jéssica.
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