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COTIDIANO

Caso Ana Sophia: Justiça mantém arquivamento de inquérito e retira sigilo do processo

A decisão analisou um pedido da família para a reabertura das investigações. O MPPB também se manifestou contrário ao desarquivamento.

Publicado em 01/09/2025 às 11:03


				
					Caso Ana Sophia: Justiça mantém arquivamento de inquérito e retira sigilo do processo
Desaparecimento de Ana Sophia completa um ano nesta quinta-feira (4).. Arquivo pessoal

A Justiça da Paraíba decidiu manter o arquivamento do inquérito que investigava o desaparecimento de Ana Sophia Gomes dos Santos, de 8 anos, ocorrido em 4 de julho de 2023, no Distrito de Roma, zona rural de Bananeiras. A decisão também determinou a retirada do sigilo dos autos.

O pedido foi analisado após os pais da criança solicitarem, em maio deste ano, a reabertura das investigações. A decisão foi assinada no dia 23 de julho, mas o arquivamento definitivo só aconteceu em 22 de agosto.

De acordo com o processo, tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público da Paraíba (MPPB) concluíram que Tiago Fontes Silva da Rocha foi o autor do homicídio. Ele morreu durante as investigações, com laudos periciais confirmando sua identidade e atestando que ele tirou a própria vida, o que levou à extinção da punibilidade.

Sem outra pessoa a ser responsabilizada, o MPPB recomendou o arquivamento do caso. A mãe de Ana Sophia foi comunicada da decisão em outubro de 2024 e não apresentou manifestação contrária dentro do prazo legal de 30 dias, o que resultou no encerramento do inquérito.

Em 17 de março de 2025, a Justiça analisou os autos e confirmou o arquivamento, entendendo que não houve ilegalidade no ato ministerial. Dois meses depois, em maio, os pais da vítima ingressaram com novo pedido, alegando falhas na investigação e apresentando supostos fatos novos.

O Ministério Público, no entanto, defendeu a manutenção do arquivamento, afirmando que os elementos trazidos não apresentavam informações inéditas, mas apenas “reinterpretações de provas já analisadas e descartadas”. O órgão também solicitou o levantamento do sigilo do processo.

Na decisão, a Justiça destacou que a ação dos familiares aconteceu quase sete meses após a mãe ter declarado ciência do arquivamento da investigação. Além disso, os argumentos apresentados não foram considerados como provas novas.

“Trata-se de teses e conjecturas sobre elementos já exaustivamente analisados no bojo do inquérito, os quais foram motivadamente afastados pela investigação. A irresignação, embora compreensível diante da dor da perda, não tem o condão de reabrir um procedimento já encerrado de acordo com as formalidades legais”, registrou a decisão.

Família pediu a reabertura das investigações


				
					Caso Ana Sophia: Justiça mantém arquivamento de inquérito e retira sigilo do processo
Mãe de Ana Sophia, Maria do Socorro, lamenta nunca ter conseguido sepultar a filha. Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

Dois anos após o desaparecimento da menina Ana Sophia, de 8 anos, no município de Bananeiras, na Paraíba, a família pediu a reabertura do inquérito que investigou o caso. João Simplício e Maria do Socorro, pais da menina, afirmaram que não concordaram com o arquivamento do inquérito policial e pediram novas diligências.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que o caso foi devidamente elucidado e que a investigação foi conduzida com rigor técnico, resultando na produção de provas periciais e testemunhais, que tornaram possível a identificação do autor do crime. Segundo as investigações, Ana Sophia foi vítima de um crime premeditado, motivado por razões sexuais.

Ainda segundo a polícia, diversos recursos investigativos e tecnológicos, contando ainda com o apoio da Polícia Federal, contribuíram com elementos periciais relevantes. A Polícia Civil também informou que o relatório final foi acolhido pelo Ministério Público, que determinou o arquivamento do caso, considerando a solidez das provas reunidas.

O promotor Edmilson de Campos Leite Filho afirmou ao Jornal da Paraíba que todas as linhas investigativas foram devidamente exploradas pela Polícia Civil e pelo próprio MPPB. Segundo ele, todos os caminhos apontaram que Tiago Fontes foi o autor do homicídio contra a menina.

"As outras linhas também foram foram traçadas, foram efetivamente encaminhadas pela polícia judiciária e pelo Ministério Público no decorrer da investigação e todos os caminhos, todas as linhas investigativas apontaram para o Tiago Fontes como o autor do terrível homicídio que vitimou Ana Sophia", afirmou o promotor.

Segundo o promotor, a alegação de que o corpo da criança não foi localizado não configura, por si só, não justifica a reabertura das investigações. Ele também afirmou que ouvir novamente testemunhas não representa um fato novo.

"A gente não tem uma linha investigativa nova, e a alegação de que o corpo da criança não foi encontrado, não faz com que essa essas investigações possam ser reabertas", afirmou o promotor.

Relembre o caso


				
					Caso Ana Sophia: Justiça mantém arquivamento de inquérito e retira sigilo do processo
Tiago Fontes é o único suspeito do desaparecimento de Ana Sophia. Tiago Fontes é o único suspeito do desaparecimento de Ana Sophia

Segundo as investigações, Ana Sophia saiu de casa por volta das 12h e foi até a casa de uma amiga. No entanto, ao chegar lá, a menina não estava em casa, então ela voltou.

Por volta das 12h36, uma câmera de segurança filmou Ana Sophia passando na calçada de um mercadinho. Cerca de 150m adiante, um vulto foi visto entrando numa casa e, segundo análise da perícia, as medidas batem com a da criança. Já o local coincidia com a entrada da casa de Tiago Fontes. Esses foram os últimos registros dela em vida.

Tiago Fontes é o único suspeito do desaparecimento de Ana Sophia. O delegado Aldrovilli Grisi informou que a família de Ana Sophia vivia em um imóvel alugado pelo sogro de Tiago, que morava em frente à residência da família da menina. O suspeito frequentava a casa do sogro.

“Ele tinha conhecimento da rotina da família de Ana Sophia. E aí vem os detalhes, corroborados em depoimentos, de um olhar, de uma cultura injusta com a mulher”, disse Aldrovilli Grisi.

As investigações encontraram no celular de Tiago buscas sobre decomposição de corpo humano, estágios de putrefação e quanto tempo um fio de cabelo perde a capacidade de ser identificado por um DNA. O homem também buscou pelo caso da criança Júlia, da Praia do Sol, que foi encontrada num poço assassinada pelo padrasto.

A Polícia Civil concluiu também que o crime foi premeditado, após pesquisas encontradas no celular do investigado, que foi encontrado morto em novembro, conforme explicou o delegado Diógenes Fernandes, que também atuou nas investigações. "Tiago planejou o crime quatro meses antes. Em março ele já pesquisava como matar asfixiada uma criança de 7 anos, idade de Sophia na época", informou o delegado.

No dia 12 de setembro, a Polícia Civil divulgou que Tiago Fontes estava desaparecido. Ele foi visto saindo de casa após uma vistoria realizada em sua residência, como parte das investigações.

Quase dois meses depois, em novembro, o corpo dele foi encontrado em uma área de mata em Bananeiras. Buscas por Ana Sophia chegaram a ser feitas no local, mas a menina não foi encontrada.

O corpo do suspeito foi encontrado sem sinais de hematomas ou perfurações, mas em avançado estado de decomposição, junto de uma garrafa de bebida alcóolica e uma cama feita com capim, numa área de mata fechada, por trabalhadores rurais. Nas palavras técnicas dos investigadores, ele cometeu uma "autoeliminação".

Imagem

Grace Vasconcelos

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