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COTIDIANO

Gilberto Gil pede R$ 370 mil de padre acusado de intolerância religiosa contra Preta Gil

Família de Preta Gil entrou com ação na Justiça pedindo indenização após padre não se retificar extrajudicialmente.

Publicado em 14/10/2025 às 19:40 | Atualizado em 14/10/2025 às 20:57


				
					Gilberto Gil pede R$ 370 mil de padre acusado de intolerância religiosa contra Preta Gil
Padre de Areial é acusado de intolerância religiosa: 'por que orixás não ressucitaram Preta Gil?' - Foto: Redes Sociais. Gustavo Demétrio

O processo por danos morais movido pelo cantor Gilberto Gil e família contra o padre Danilo César, da Paróquia da cidade de Areial, na Paraíba, denunciado por intolerância religiosa, cobra uma indenização de R$ 370 mil, de acordo com o documento protocolado na Justiça do Rio de Janeiro, que o Jornal da Paraíba teve acesso.

De acordo com o documento, os advogados da família de Preta Gil argumentam que a fixação desse valor é baseada na interpretação de que a conduta do padre foi grave e se configura em diversos crimes, como: intolerância religiosa, racismo religioso, injúria e ultraje religioso.

Também foi argumentado que as falas do padre Danilo César são de "alta reprovabilidade" e "referendados pela Diocese de Campina Grande", que é a responsável pela paróquia a qual o padre é vinculado.

O Jornal da Paraíba entrou em contato com a Diocese de Campina Grande, que informou não ter sido notificada oficialmente do processo e, por isso, não vai comentar o caso por enquanto, mas o setor jurídico "está resolvendo".

Os advogados citam ainda nos autos que houve uma oportunidade de retratação oferecida pela família de Preta Gil, de forma extrajudicial, antes da entrada com a ação na Justiça, que não foi atendida pelo padre.

O documento também afirma que no depoimento prestado para a Polícia Civil sobre as falas durante a homilia, o padre confirmou o cunho das declarações, quando disse que "estava professando a própria fé". Tudo isso, no entendimento dos advogados, pegou a família em um momento delicado, de luto pela morte da artista.

Esse valor cobrado judicialmente seria repartido entre os autores da ação, que são: Gilberto Gil, Francisco Gil (filho de Preta Gil), Flora Gil, e também outros irmãos da cantora.

Advogados falam de onda de comentários preconceituosos após fala do padre sobre Preta Gil

Também na ação, os representantes de Gilberto Gil e da família de Preta Gil destacaram que após a fala do padre ser inicialmente veiculada pelo Youtube da Paróquia de Areial e, posteriormente compartilhada por meio da internet, inclusive por sites noticiosos, isso gerou uma "onda de racismo religioso e intolerância religiosa" nos comentários dessas publicações.

"A maioria desses comentários afirma que o padre estaria correto; que Jesus Cristo seria o único salvador possível e somente ele poderia curar; que o réu só disse “a verdade”; que a sua fala seria 'sensata e corajosa'; que os artistas estariam 'cheios de mimimi'; entre outros", diz trecho da ação.

Os advogados alegam também que constitucionalmente é garantido à população o direito de professar quaisquer fé e religião, o que teria sido desacatado pelo padre em sua fala. 

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) vai julgar a procedência das alegações dos representantes da família Gil contra o padre Danilo César.

Investigação na Paraíba


				
					Gilberto Gil pede R$ 370 mil de padre acusado de intolerância religiosa contra Preta Gil
Quem é o padre investigado por intolerância religiosa em fala contra Preta Gil - Foto: Foto: Reprodução/Diocese de Campina Grande/Studio Foto Braga. Gustavo Demétrio

Na Paraíba, existem ao menos três investigações sendo feitas pela Polícia Civil, acerca das acusações de intolerância religiosa por parte do padre. De acordo com o delegado Danilo Orengo, chefe da delegacia responsável pelas investigações, a previsão é de que o inquérito seja finalizado até a próxima semana.

Quando ouvido pela Polícia Civil, o padre Danilo César negou as acusações. O padre alegou estar proferindo a fé católica e a própria crença para os fiéis, e que além de não ter a intenção de desrespeitar outras religiões e nem atacá-las, não queria desrespeitar a memória de Preta Gil.

‘Cadê esses Orixás que não ressuscitaram Preta Gil?'

O padre paraibano Danilo César de Sousa Bezerra, de 31 anos, está sendo investigado por intolerância religiosa após usar a morte da cantora Preta Gil para debochar de religiões de matriz afro-indígena durante uma missa em Areial, no Agreste da Paraíba. Três boletins de ocorrência foram registrados contra ele, e a Polícia Civil apura o caso.

Durante uma missa realizada na cidade de Areial no domingo (27), o padre Danilo César fazia uma homilia no chamado 17º Domingo do Tempo Comum, período litúrgico da Igreja Católica.

Nessa homilia, o padre falava sobre pedidos que os fiéis faziam para Deus e que, por ventura, não eram atendidos. Nesse contexto, o padre cita a morte da cantora Preta Gil, nos Estados Unidos, vítima de um câncer colorretal, associando a fé dela em religiões de matriz afro-indígenas a morte e sofrimento.

Citação

Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz, ele sabe o que é melhor para você, que a morte é melhor para você. Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?, disse durante a missa.

A missa foi transmitida ao vivo pelo YouTube da paróquia de São José, em Areial. O vídeo foi retirado do ar após a grande repercussão nas redes sociais. O Jornal da Paraíba teve acesso a uma cópia desse material (veja acima).

As declarações com cunho de intolerância religiosa também aconteceram em relação aos fiéis para qual o padre estava presidindo a missa. Ele chegou a se referir a religiões de matriz afro-indígenas como "coisas ocultas" e que desejava "que o diabo levasse" quem procurar essa prática.

Citação

E tem católico que pede essas coisas ocultas, eu só queria que o diabo viesse e levasse. No dia seguinte quando acordar lá, acordar com calor no inferno, você não sabe o que vai fazer. Tem gente que não vai aqui (Areial), mas vai em Puxinanã, em Pocinhos, mas eu fico sabendo. Não deixe essa vida não pra você ver o que acontece. A conta que a besta fera cobra é bem baratinha, disse.

Imagem

Jornal da Paraíba

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