Análise de celular em poder do Gaeco e da PF é capaz de arrepiar muitos políticos da Paraíba

Foi a partir da apreensão de um aparelho celular, durante as buscas da ‘Operação Bleeder’, que a Polícia Federal e o Gaeco iniciaram a Operação ‘Festa no Terreiro’, que terminou com a prisão essa semana do prefeito da cidade de São Mamede, Umberto Jefferson. Além dele foram presos também outros três alvos: o chefe de licitações do município, João Lopes de Sousa Neto, Josivan Gomes Marques e Maxwell Brian Soares de Lacerda.

No celular foram identificados diálogos travados entre os investigados que ajudaram, posteriormente, à descoberta de indícios de fraudes licitatórias e outros possíveis crimes.

No caso específico de São Mamede, os investigadores apuram irregularidades na contratação do NV Consórcio de Engenharia LTDA, formado por duas construtoras. O empreendimento firmou um contrato de R$ 8 milhões para execução de obras de saneamento e pavimentação.

O consócio é formado pelas empresas Viga Engenharia e Niemaia Construções LTDA. As duas também figuram como alvos da investigação e tiveram bens bloqueados pela Justiça.

As duas juntas firmaram contratos, ao longo dos últimos 10 anos, que somam mais de R$ 75 milhões com dezenas de prefeituras paraibanas – conforme o Sagres, do TCE.

Voltando ao aparelho celular, investigadores contaram ao Blog que a análise do conteúdo encontrado nele pode dar muita dor de cabeça para outros políticos paraibanos – notadamente prefeitos.

É que o proprietário, inclusive, já foi alvo de outras operações da PF, como a Recidiva e a Andaime.

Depois da prisão de Umberto Jefferson, a oração feita por muitos não é a do dinheiro. Há quem suplique, agora, para não receber a visita dos malotes do Gaeco…

Análise de celular em poder do Gaeco e da PF é capaz de arrepiar muitos políticos da Paraíba

Análise de celular em poder do Gaeco e da PF é capaz de arrepiar muitos políticos da Paraíba

Outro lado

O advogado de Umberto Jeffersson, Alexandre Nunes, informou que vai pedir a revogação da prisão preventiva. Ele considerou desnecessária a medida e disse que o gestor está colaborando com as investigações. Na primeira fase o prefeito negou envolvimento em qualquer tipo de irregularidade. Disse, à época, que o patrimônio dele foi construído a partir do exercício da profissão de médico. 

Já o advogado de Maxwell Brian Soares, José Lacerda Brasileiro, disse ao Blog que também pedirá a revogação da prisão. Ele afirmou que o empresário não tem qualquer envolvimento com as irregularidades apontadas pelo Gaeco e pela PF.

“Acabou sendo construída uma situação inexistente sobre os diálogos encontrados. A parte da obra de responsabilidade de Maxwell foi feita e não há nada que macule o trabalho realizado”, assinalou.

O Blog ainda não conseguiu contato com as defesas de João Lopes de Sousa Neto, Josivan Gomes Marques. O espaço continua aberto.