No vácuo do Gaeco e da PF, TCE dá prazo para prefeito preso apresentar documentação

Umberto Jefferson, prefeito de São Mamede. Foto: Divulgação.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) estabeleceu um prazo de 30 dias para que o prefeito de São Mamede, Umberto Jeffersson Morais, apresente a documentação relativa à licitação 00001/21 – alvo de investigação por parte do Gaeco e da Polícia Federal na Operação ‘Festa no Terreiro’. 

Umberto Jefferson foi preso ontem em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pelo desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos. Além dele, também foram presos mais dois investigados.

A licitação resultou na contratação da empreiteira NV Consórcio de Engenharia LTDA, para execução de obras de pavimentação e esgotamento estimadas em mais de R$ 8 milhões.

O TCE pegou o vácuo aberto pelo Gaeco e pela PF. Literalmente. 

A primeira etapa ostensiva da investigação foi deflagrada em março, quando foram cumpridos vários mandados de busca e apreensão. Durante as buscas os investigadores chegaram a apreender até mesmo uma ‘oração do dinheiro’.

No vácuo do Gaeco e da PF, TCE dá prazo para prefeito preso apresentar documentação
Foto: divulgação/PF

O advogado de Umberto Jeffersson, Alexandre Nunes, informou que vai pedir a revogação da prisão preventiva. Ele considerou desnecessária a medida e disse que o gestor está colaborando com as investigações.

Na primeira fase o prefeito negou envolvimento em qualquer tipo de irregularidade. Disse, à época, que o patrimônio dele foi construído a partir do exercício da profissão de médico. 

A investigação do Gaeco e da PF

Os investigadores do Gaeco e da PF apuram a prática de crimes como corrupção passiva e ativa, peculato, lavagem de dinheiro e fraude em licitação. Uma das suspeitas é a de que os empreendimentos contratados pela prefeitura para execução das obras tenham, também, construído parte de um imóvel que seria propriedade de Umberto Jefferson.

Os indícios investigados estão em mensagens de texto e áudios encontrados pela PF, nos quais o prefeito e os demais investigados fariam referência à obra particular.    

Também foi determinado o afastamento de dois servidores de seus cargos públicos e o sequestro de bens no valor equivalente a R$ 5.187.359,94 (cinco milhões, cento e oitenta e sete mil, trezentos e cinquenta e nove reais e noventa e quatro centavos).